Seis grandes aeroportos do Reino Unido (RU) restabeleceram a restrição de 100 mililitros (ml) de líquidos na bagagem de mão.
Este foi o caso apesar das recentes actualizações de segurança que deveriam ter eliminado a regra, de acordo com a TTG Media.
A alteração entrou em vigor a 9 de junho e afectará os passageiros que viajem a partir dos aeroportos de London City, Aberdeen, Newcastle, Leeds Bradford, Southend e Teesside.
Todos os seis aeroportos funcionam com pontos de controlo de segurança da próxima geração (NGSC), o que lhes permitiu eliminar a regra dos 100 ml.
Os scanners de TC de alta tecnologia utilizam tecnologia de raios X para gerar uma imagem 3D do conteúdo das malas dos passageiros.
Os scanners avançados permitem que os viajantes mantenham os seus computadores portáteis e outros dispositivos electrónicos nas suas malas durante os controlos de segurança.
“Reintroduzimos essa regra enquanto são feitas actualizações e alterações ao equipamento de scanning nos aeroportos”, disse o Secretário dos Transportes do Reino Unido, Mark Harper, ao The Guardian.
Acrescentou que se trata de “garantir que podemos continuar a assegurar os nossos níveis de segurança da aviação, que são líderes a nível mundial”.
A decisão de reintroduzir a restrição de 100 ml deve-se a preocupações acrescidas em matéria de segurança, na sequência de informações de potenciais ameaças às viagens aéreas europeias.
No entanto, o Ministério dos Transportes (DfT) sublinhou que se tratava de “uma medida de rotina” e não de uma resposta “a uma ameaça específica”.
Acrescenta que esta medida é temporária mas necessária “para permitir a introdução de novas melhorias nos sistemas dos novos postos de controlo”.
A restrição líquida de 100 ml
A regra dos 100 ml de líquido foi introduzida pela primeira vez em 2006, na sequência de uma conspiração terrorista frustrada para detonar explosivos líquidos a bordo de voos transatlânticos.
Obriga a que todos os líquidos transportados a bordo dos aviões estejam em recipientes com capacidade não superior a 100 ml e sejam colocados num saco de plástico transparente e que possa ser fechado novamente.
A regra foi concebida para reforçar a segurança, facilitando a deteção de potenciais ameaças pela tecnologia de rastreio.
Desde então, os aeroportos têm investido fortemente em tecnologia de rastreio avançada, à semelhança de outros aeroportos em todo o mundo.
As actualizações incluem scanners de alta tecnologia de última geração que distinguem líquidos perigosos de substâncias inofensivas.
Estes novos scanners 3D NGSC tornam o limite de 100 ml desnecessário e obsoleto.
Graças a estes avanços tecnológicos, o governo britânico estabeleceu um prazo para eliminar a restrição em junho de 2024.
No entanto, muitos aeroportos britânicos, como Heathrow, London Gatwick e Manchester, afirmaram que não estariam totalmente prontos nessa altura.
Este prazo foi entretanto adiado para 2025 porque muitos aeroportos do Reino Unido tiveram problemas em adquirir e instalar novos scanners.
O impacto da regra dos 100 ml nos viajantes
O DfT afirmou que a restrição de 100 ml de líquidos “só afectará um pequeno número de passageiros”.
“Para a maior parte dos passageiros, as medidas de segurança manter-se-ão inalteradas”, declarou em comunicado.
Acrescenta ainda que “os passageiros devem continuar a verificar os requisitos de segurança no aeroporto de partida antes de viajar”.
O súbito restabelecimento da restrição gerou confusão e frustração.
Os passageiros devem, mais uma vez, ajustar os seus hábitos de embalagem e, potencialmente, eliminar líquidos valiosos na segurança.
Esta medida surge na sequência de preocupações com os longos atrasos e a incoerência dos procedimentos de segurança nos diferentes aeroportos.
O Secretário dos Transportes, Mark Harper, afirmou que os viajantes devem “informar-se junto do seu aeroporto sobre as regras” aplicáveis aos líquidos na bagagem de mão.
A Association of British Travel Agents (ABTA) aconselhou os viajantes a respeitarem a restrição de 100 ml de líquidos na bagagem de mão.
Esta situação deveu-se inicialmente à “falta de coerência entre os aeroportos do Reino Unido”, uma vez que alguns aeroportos dispõem dos novos scanners e outros ainda não os instalaram.
Luke Petherbridge, Diretor de Assuntos Públicos da ABTA, afirmou que, ao fazê-lo, os viajantes estariam “prontos a cumprir, seja qual for o cenário”.
Respeitar a regra dos 100 ml ajudará significativamente a evitar atrasos desnecessários na segurança e outras dificuldades durante as férias.
Reação do sector das companhias aéreas à reintrodução da regra dos 100 ml
A decisão de reintroduzir a regra de restrição de 100 ml de líquidos na bagagem de mão também suscitou críticas por parte do sector das viagens.
As companhias aéreas, os operadores aeroportuários e as agências de viagens manifestaram a sua preocupação quanto ao impacto na experiência dos passageiros e na eficiência operacional.
Espera-se que a reintrodução da restrição cause atrasos nos pontos de controlo de segurança e coloque uma pressão adicional sobre o pessoal do aeroporto.
No entanto, a restrição de 100 ml de líquidos na bagagem de mão deverá manter-se em vigor até nova ordem.
Os viajantes devem embalar líquidos em recipientes de 100 ml num saco transparente e que possa ser fechado novamente para a bagagem de mão.
Os aeroportos e as companhias aéreas também fornecem informações e assistência adicionais para ajudar os passageiros a navegar pelas novas restrições.
Mais controlos de segurança nos aeroportos que podem causar atrasos
Os viajantes devem também estar mais atentos aos novos sistemas de controlo nas fronteiras que a União Europeia (UE) irá impor em breve.
A partir de outubro de 2024, o Sistema de Entrada/Saída (EES) substituirá a aposição manual de carimbos nos passaportes nas fronteiras externas da UE.
O SES utilizará os dados biométricos dos cidadãos de países terceiros, tais como digitalizações faciais e de impressões digitais, para registar as suas entradas e saídas do espaço Schengen.
A UE vai lançar o Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem(ETIAS) para todos os cidadãos sem visto, como os cidadãos britânicos, até meados de 2025.
Funcionará de forma semelhante à autorização eletrónica de viagem (ETA) do Reino Unido e ao sistema eletrónico de autorização de viagem dos Estados Unidos.