O turismo internacional em 2024 ultrapassará os níveis anteriores à pandemia, afirma a OMT

| Fevereiro 5, 2024
O turismo internacional em 2024 ultrapassará os níveis anteriores à pandemia, afirma a OMT

A Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (UNWTO) prevê que o turismo internacional recupere os níveis anteriores à pandemia em 2024.

De acordo com o primeiro Barómetro do Turismo Mundial da OMT do ano, estima-se que em 2023 tenham sido registadas 1,3 mil milhões de chegadas internacionais.

Isto faz com que o turismo internacional em 2023 atinja 88% dos níveis pré-pandémicos, ou seja, o ano de 2019.

Prevê-se que a crescente recuperação dos mercados e destinos asiáticos apoie a recuperação total até ao final de 2024.

A plena recuperação do turismo será também atribuída à libertação da restante procura reprimida e à expansão da conetividade aérea.

“Os dados mais recentes da OMT sublinham a resiliência e a rápida recuperação do turismo, prevendo-se que os números pré-pandémicos atinjam o final de 2024”, afirmou o Secretário-Geral da OMT, Zurab Pololikashvili, através de um comunicado de imprensa.

E acrescentou: “A retoma já está a ter um impacto significativo nas economias, no emprego, no crescimento e nas oportunidades para as comunidades de todo o mundo.”

“Estes números recordam também a tarefa fundamental de promover a sustentabilidade e a inclusão no desenvolvimento do turismo”, afirmou Pololikashvili.

A Europa é a região mais visitada em 2023

O último Barómetro do Turismo Mundial da OMT revelou que a Europa é a região mais visitada do mundo.

O turismo internacional na Europa atingiu 94% dos níveis de 2019. Este facto deve-se principalmente à procura intra-regional e às viagens a partir dos Estados Unidos (EUA).

No ano passado, a Europa, especificamente Londres, emergiu como o destino mais preferido entre os viajantes americanos.

Em 2023, os dados da UNTWO mostram que o Médio Oriente foi a única região a ultrapassar os níveis pré-pandémicos. Registou um aumento de 22% nas chegadas em relação a 2019.

Entretanto, a África teve 96% dos visitantes pré-pandemia, enquanto as Américas atingiram 90%.

A Ásia e a região do Pacífico atingiram apenas 65% dos níveis de 2019, após a reabertura de vários destinos.

No entanto, os níveis de recuperação na Ásia e na região do Pacífico são díspares. O Sul da Ásia já tem 87%, enquanto o Nordeste Asiático tem 55%.

Por outro lado, as sub-regiões do Sul da Europa Mediterrânica, das Caraíbas, da América Central e do Norte de África já ultrapassaram os níveis pré-pandémicos.

Impacto económico do turismo internacional

Em 2023, as receitas do turismo internacional registaram 1,4 biliões de dólares para a economia mundial. Este valor representa cerca de 93% do total das receitas dos destinos mundiais em 2019.

Entretanto, as receitas das exportações totais do turismo, incluindo o transporte de passageiros, representaram 1,6 biliões de dólares em 2023. Isto representa 95% das exportações de turismo durante o ano pré-pandémico.

As estimativas iniciais da contribuição económica através do produto interno bruto direto do turismo (PIBT) sugerem um valor de 3,3 biliões de dólares em 2023. Isto representa cerca de três por cento do PIB mundial.

Isto revela uma recuperação do PIBD para os níveis anteriores à pandemia, impulsionada por um turismo nacional e internacional robusto.

Além disso, a melhoria do estado da economia também pode ser observada no desempenho positivo de vários indicadores do sector.

Em 2023, as receitas do turismo aumentaram significativamente em muitos locais, tendo alguns ultrapassado o crescimento dos visitantes.

Os principais mercados emissores de viagens também registaram uma procura elevada, ultrapassando os níveis de 2019.

De acordo com o relatório Tourism Recovery Tracker da OMT, a recuperação em curso é evidente nos principais indicadores do sector.

Tanto a capacidade aérea internacional como a procura de passageiros recuperaram para cerca de 90 por cento dos níveis anteriores à pandemia até outubro de 2023.

Esta informação baseia-se em dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA).

Entretanto, as taxas de ocupação de alojamentos a nível mundial atingiram 65% em novembro. Este valor é superior aos 62% registados no mesmo mês do ano anterior.

A estimativa baseia-se em dados fornecidos pela STR, uma empresa que oferece benchmarking, análises e informações para o sector hoteleiro mundial.

Turismo internacional em 2024

Prevê-se que o turismo internacional recupere os níveis anteriores à pandemia em 2024. A OMT sugere uma estimativa de crescimento de dois por cento a partir de 2019.

No entanto, a recuperação do crescimento dependerá ainda da retoma do turismo na Ásia e dos riscos económicos e geopolíticos.

A partir de 2023, a Europa, as Américas e o Médio Oriente continuarão a alimentar os fluxos turísticos e as despesas a nível mundial.

Prevê-se que a Europa volte a desempenhar um papel significativo na dinamização do turismo internacional em 2024.

O alargamento do espaço Schengen, com a inclusão da Bulgária e da Roménia, e os próximos Jogos Olímpicos em Paris, França, contribuirão para o aumento do turismo na Europa.

A melhoria da política de vistos da China, que abre o país a um maior número de turistas e empresas, também deverá aumentar o número de turistas na Ásia.

As medidas de facilitação de vistos e de viagens também promoverão as viagens para o Médio Oriente e África e em torno deste bloco do Golfo.

O Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) vai lançar um visto turístico unificado, semelhante ao visto Schengen, para facilitar as experiências de viagem.

As viagens substanciais provenientes dos EUA, apoiadas por uma moeda americana forte, continuarão a beneficiar os destinos nas Américas e não só.

Os desafios económicos e geopolíticos, como a inflação, as taxas de juro elevadas, os preços dos combustíveis e as perturbações no comércio, terão impacto nos custos de transporte e alojamento este ano.

Dada a situação atual, é provável que os turistas dêem prioridade à relação qualidade/preço e optem por destinos mais próximos das suas casas.

Prevê-se também que a importância das práticas sustentáveis e da adaptabilidade venha a influenciar cada vez mais as escolhas dos consumidores.